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segunda-feira, 15 de março de 2010

Quase seduzida pelas políticas culturais

Hoje estava no Labic - Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura - na universidade e estávamos comentando de como estou sendo seduzida pelo meu campo de pesquisa.

É que estou trabalhando numa pesquisa de mapeamento das mídias autônomas de comunicação e de cultura no país pelo Itaú Cultural. E a cada vez converso com um responsável por uma insituição, seja ele sociólogo, jornalista, advogado ou até mesmo engenheiro, sou quase seduzida a adentrar o mundo dos projetos socioculturais, dos coletivos, das mídias autônomas de comunicação, como as rádios e as TVs comunitárias.

Essa semana mesmo estava conversando com a Cristina, socióloga e coordenadora do Instituto de Ecocidadania Juriti, no Ceará e fiquei super empolgada. Ela faz um trabalho muito bonito de inclusão digital e de metareciclagem com as comunidades do entorno. E, mesmo sem nos conhecermos, a medida que fomos falando sobre o trabalho desenvolvido pela organização, ela se emocionava de lá e eu de cá.

E a melhor parte. Quando perguntei a ela porque ela trabalha com a cultura, ela disse: porque a linguagem da cultura é muito forte. Ou seja, as políticas culturais podem ser uma ferramenta utilizada para a promoção do conhecimento e da transformação.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

De volta às pesquisas

Após alguns meses distante das minhas atividades como pesquisadora, estou de volta. Agora que minha filhinha Luísa está com quase cinco meses (para quem não sabia foi por isso que me afastei) posso retomar os meus estudos e minhas pesquisas sobre o universo cultural.

Hoje mesmo estive em contato com um sociólogo responsável pela ONG Conceitos de Rua e no decorrer da nossa conversa ele disse trabalhar com cultura porque acredita que esta é uma ferramenta de transformação social imprescindível.

O que é verdade. Ao lidar com as comunidades de periferia e conhecer mais de perto a atuação das instituições culturais e o seu envolvimento com a sociedade, pude perceber como é importante o incentivo à cultura. O jovem que antes era acostumado a fazer pixações nas ruas e hoje aprende o sentido do grafite, além de mudar os seus hábitos também amplia seus horizontes.

É o poder de transformação da arte.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"Sei lá... tá no sangue!!"

Há alguns instantes estava conversando com um dos fundadores do Bloco Surpresa, que já anima os carnavais da Barra há 24 anos.

A conversa, que inicialmente duraria aproximadamente 30 minutos, durou mais de uma hora, devido a minha e também empolgação do entrevistado (Embora seja comum eu sempre me empolgar!!).

O que eu achei mais interessante nessa mais de uma hora que conversamos foi quando eu perguntei qual a sua motivação para trabalhar com cultura na região da Barra do Jucu, e ele me disse: "bem, sei lá, acho que tá no sangue!" E começou a me contar do seu envolvimento inicial até hoje. O engraçado é que eu observei, não apenas na fala dele, mas também na de outros líderes culturais, que eles querem parar de se envolver com as manifestações culturais - seja por decepção, cansaço ou porque querem oportunizar outras pessoas - no entanto não conseguem.

E além da questão do sangue, como diz o presidente do Bloco, tem o amor pelo trabalho. Uma vez, ao conversar com o Fábio Carvalho sobre o Ceccaes (Centro Cultural Caieiras), uma instituição cultural localizada em São Pedro, da qual ele é o fundador, ele me disse: "Michelli, eu não estudei para estar aqui, não escolhi isso... mas aí você se apaixona e trabalha 24 horas em torno disso. É algo que tá impregnado na gente"

São palavras como essa que me motivam a trabalhar com esse tipo pesquisa...

É muito bom saber que existem pessoas realmente motivadas a trabalhar com cultura, não apenas pelo reconhecimento que talvez esse envolvimento venha proporcionar, mas principalmente, pelo amor à arte!!

domingo, 9 de novembro de 2008

O Hip Hop e a auto-estima

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A cultura aproxima

Veja a seguir a propaganda veiculada na TV pelo movimento AfroReggae. Uma demonstração de como como a cultura transpõe as barreiras sociais.



domingo, 26 de outubro de 2008

Cultura apropriada?

No post anterior surgiu em determinado comentário a expressão "cultura apropriada". O que viria a ser a cultura apropriada? Utilizar esse termo não seria uma forma de preconceito? Temos a impressão de que algumas manifestações de cultura que são desenvolvidas na periferia não podem ser encaradas como tal, assim, absorvemos o concepção de que precisamos levar a cultura para os locais mais marginalizados. Contudo, nao deveríamos pensar diferente e valorizar o que é produzido nesses locais, dando o devido reconhecimento ao que cada grupo desenvolve dentro do seu contexto social?

sábado, 18 de outubro de 2008

O que é o Estado para a periferia?

Quando comecei minha pesquisa de cultura na região de São Pedro, eu observei que há muitas políticas públicas vindas da administração municipal, no entanto, o Estado se apresenta quase ausente. A secretaria de cultura do Estado não desenvolve quase ou nenhuma ação na região. O mesmo ocorre na região 5, também conhecida como Grande Terra Vermelha. Existem muitos projetos desenvolvidos pela secretaria de Ação Social sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura, no entanto, o Estado é como se ignorasse aquela região. Uma pergunta que não quer calar: o que faz a Secretaria de Cultura do Estado? Para onde são destinadas as verbas? Apenas para promover eventos com a Orquestra Filarmônica ou festivais de teatro?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Uma válvula de escape

A dança na periferia, a capoeira, por exemplo, é extremamente difundida e valorizada pela comunidade. Para os produtores dessa cultura, a dança funciona como uma válvula de escape à discrimação, à violência e ao descaso político.
No mini documentário a seguir, veja como a dança é valorizada pela periferia.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cultura x Violência

Uma das coisas que fica latente sempre que converso com as pessoas envolvidas com movimentos culturais em regiões de periferia é que a a sua principal motivação para o envolvimento com esse tipo de política é: Tirar o menino da rua.
E esse discurso, presente em quase 100% das falas, incomoda-me um pouco. Isso porque, para mim, a principal motivação para desenvolver políticas culturais deveria ser o resgate da cultura local, ampliar o horizonte das crianças, a visão de mundo da comunidade e até mesmo para entrenimento. No entanto, envolver-se com cultura acaba por ser uma medida de concorrência à violência. Embora essa alternativa tenha dado resultados muito bons na medida em que muitas crianças acabam por descobrir talentos que a eles eram antes ocultos, Tirar o menino da rua deveria ser mesmo a principal motivação para produzir cultura?