terça-feira, 23 de março de 2010

Terra Vermelha

A região da Grande Terra Vermelha, atualmente conhecida como Região 5, é localizada no município de Vila Velha, no ES, e abrange 22 bairros e nove localidades rurais.

A região é fruto de um tipo de ocupação e as primeiras casas do local foram doadas pelo Governo Federal entre os anos de 1987/88. Essas casas foram levantadas em forma de mutirão pelos próprios moradores. Inicialmente, só havia dois ônibus que davam acesso ao bairro: um que saía do bairro pela manhã, e outro que voltava para a região à tardezinha. Também não havia comércio na região e serviços bancários também eram ausentes. A implantação de uma agência na comunidade também é recente, que ocorreu no ano de 2006.

Os pontos de comércio foram surgindo com o crescimento da região. Os primeiros regiões a serem invadidos foram Ulisses Guimarães, que depois ficou conhecido como Ilha da Jussara; João Goulart e Normília. E assim, como não ocorreram muitos problemas com a prefeitura, os outros bairros ao redor foram também ocupados, totalizando hoje 22 bairros e 9 localidades rurais.

Quanto ao quadro de escolas na região, no início existiam as chamadas escolas improvisadas ou escolas provisórias. A primeira escola improvisada era uma casa com dois cômodos que atendia a alunos de 1ª a 4ª série. Os professores que iriam dar aula eram contratados pela prefeitura, e, como não havia espaço e a construção de uma escola iria levar tempo, a prefeitura propôs à comunidade que arrumasse um espaço e a PMVV disponibilizaria os professores.

Depois de tempo, cerca de dois anos, a comunidade reivindicou outra escola provisória, que era feita de madeirite e chamada Barracão. Em 1994/95 foi inaugurada o primeiro colégio da região, a EPG Terra Vermelha. Nessa época, não havia escola de ensino médio na localidade, o que gerava evasão escolar, tendo em vista que muitos não tinham condições de fazer o 2º grau no centro da cidade.

terça-feira, 16 de março de 2010

Vias de fato: não à censura invisível

Nesta tarde de terça-feira conheci por telefone uma jornalista que fiquei com vontade de conhecer pessoalmente. O nome dela é Alice, e é uma das responsáveis pelo jornal Vias de Fato, que circula em alguns pontos do Estado do Maranhão.

Eles são um jornal de iniciativa autônoma, não tem apoio financeiro do Governo, até mesmo porque, esse é o menos interessado na circulação das edições. Hoje, o jornal já rodou seis edições, das quais duas delas estão disponíveis no site. Eles fazem a distribuição nos principais municípios do Estado, na medida do possível, claro.

Se o Vias de Fato persiste até hoje é porque os jornalistas que o mantem são motivados pelo amor à causa. A Alice me contou que há pouco tempo eles tiveram que mudar de gráfica, porque a que imprimia o jornal foi ameaçada pelo Governo.

Vamos ajudar a divulgar esse jornal e apoiar essa causa.

Alice, pode contar com a minha parceria, tá?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Quase seduzida pelas políticas culturais

Hoje estava no Labic - Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura - na universidade e estávamos comentando de como estou sendo seduzida pelo meu campo de pesquisa.

É que estou trabalhando numa pesquisa de mapeamento das mídias autônomas de comunicação e de cultura no país pelo Itaú Cultural. E a cada vez converso com um responsável por uma insituição, seja ele sociólogo, jornalista, advogado ou até mesmo engenheiro, sou quase seduzida a adentrar o mundo dos projetos socioculturais, dos coletivos, das mídias autônomas de comunicação, como as rádios e as TVs comunitárias.

Essa semana mesmo estava conversando com a Cristina, socióloga e coordenadora do Instituto de Ecocidadania Juriti, no Ceará e fiquei super empolgada. Ela faz um trabalho muito bonito de inclusão digital e de metareciclagem com as comunidades do entorno. E, mesmo sem nos conhecermos, a medida que fomos falando sobre o trabalho desenvolvido pela organização, ela se emocionava de lá e eu de cá.

E a melhor parte. Quando perguntei a ela porque ela trabalha com a cultura, ela disse: porque a linguagem da cultura é muito forte. Ou seja, as políticas culturais podem ser uma ferramenta utilizada para a promoção do conhecimento e da transformação.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

De volta às pesquisas

Após alguns meses distante das minhas atividades como pesquisadora, estou de volta. Agora que minha filhinha Luísa está com quase cinco meses (para quem não sabia foi por isso que me afastei) posso retomar os meus estudos e minhas pesquisas sobre o universo cultural.

Hoje mesmo estive em contato com um sociólogo responsável pela ONG Conceitos de Rua e no decorrer da nossa conversa ele disse trabalhar com cultura porque acredita que esta é uma ferramenta de transformação social imprescindível.

O que é verdade. Ao lidar com as comunidades de periferia e conhecer mais de perto a atuação das instituições culturais e o seu envolvimento com a sociedade, pude perceber como é importante o incentivo à cultura. O jovem que antes era acostumado a fazer pixações nas ruas e hoje aprende o sentido do grafite, além de mudar os seus hábitos também amplia seus horizontes.

É o poder de transformação da arte.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

PANORAMA: arte na periferia

Acabou de chegar pra mim pelo correio o documentário PANORAMA arte na periferia. Quem me mandou foi a galera do arte na periferia , que conheci aqui mesmo no blog.

Achei relevante fazer esse post pra mostrar que dentre as vantagens de ser blogueiro, uma delas é a de trocar conhecimentos afins com pessoas que nunca vemos, mas que estão unidas a nós pela internet.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

HUTUZ 2008

Acontece nesta sexta (28) e sábado (29) o maior evento de hip hop da América Latina, o Hutuz. Segundo o professor Fábio Malini, esse tipo de denominação - O maior da América Latina - é coisa de brasileiro, mas, não podemos discordar de que é um evento riquíssimo em cultura e que conta, inclusive, com vários talentos do hip hop capixaba.

Confira aqui a programação.

A rede como ferramenta de transformação social

Há mais ou menos uns três meses, quando comecei a minha pesquisa de campo em Terra Vermelha, vi que no Programa Casa Brasil havia uma oficina de reciclagem a partir de peças de computadores em desuso. Desse modo, as pessoas da comunidade aprendiam a construir lixeiras com monitores, bijuterias com peças de placa-mãe, dentre outros.

E ontem, pesquisando na internet, descobri que essa idéia de reciclagem para transformação social não surgiu do nada. Ela surgiu de uma lista de discussão na internet, e em 2002 deu início ao MetaReciclagem, um grupo de jovens das periferias de todo o país que utilizam um site como meio de divulgação das suas idéias e para conseguirem mais adeptos à prática da reciclagem das ferramentas tecnológicas.

Mais uma prova do poder da internet.