segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

PANORAMA: arte na periferia

Acabou de chegar pra mim pelo correio o documentário PANORAMA arte na periferia. Quem me mandou foi a galera do arte na periferia , que conheci aqui mesmo no blog.

Achei relevante fazer esse post pra mostrar que dentre as vantagens de ser blogueiro, uma delas é a de trocar conhecimentos afins com pessoas que nunca vemos, mas que estão unidas a nós pela internet.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

HUTUZ 2008

Acontece nesta sexta (28) e sábado (29) o maior evento de hip hop da América Latina, o Hutuz. Segundo o professor Fábio Malini, esse tipo de denominação - O maior da América Latina - é coisa de brasileiro, mas, não podemos discordar de que é um evento riquíssimo em cultura e que conta, inclusive, com vários talentos do hip hop capixaba.

Confira aqui a programação.

A rede como ferramenta de transformação social

Há mais ou menos uns três meses, quando comecei a minha pesquisa de campo em Terra Vermelha, vi que no Programa Casa Brasil havia uma oficina de reciclagem a partir de peças de computadores em desuso. Desse modo, as pessoas da comunidade aprendiam a construir lixeiras com monitores, bijuterias com peças de placa-mãe, dentre outros.

E ontem, pesquisando na internet, descobri que essa idéia de reciclagem para transformação social não surgiu do nada. Ela surgiu de uma lista de discussão na internet, e em 2002 deu início ao MetaReciclagem, um grupo de jovens das periferias de todo o país que utilizam um site como meio de divulgação das suas idéias e para conseguirem mais adeptos à prática da reciclagem das ferramentas tecnológicas.

Mais uma prova do poder da internet.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Livre Comércio

Estava passeando pelo Blog Olho da Rua e me deparei com a foto abaixo:



E a sua legenda dizia: Livre comércio.

Achei brilhante a observação.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sem inspiração, mas...

Estava navegando, a pensar no que postaria hoje.

Pensei em não publicar nenhum post, pois estou num daqueles dias de pouca inspiração. Mas achei que seria legal compartilhar com vocês o site Foto Favela.

Arlindo Machado dizia que não podemos atribuir à fotografia o real de uma situação, pois ela captura apenas um momento. No entanto, ao ver as fotos desse site, percebo uma relação tão próxima com a periferia...tanto sentimento nas fotos...

Vale a pena conferir.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Lan House = Alfabetização digital na periferia

Fiquei maravilhada com uma reportagem que vi no Central da Periferia. Regina Casé mostra como as lan houses mudaram a realidade de uma favela de Antares, no Rio de Janeiro.

É impressionante como a comunidade aderiu a mídia digital de tal forma que até pedidos de pizza são feitos pelo msn.

Confira aqui como o acesso a internet pode ser um importante instrumento de alfabetização.

Como diz um dos entrevistados: "Se você tem informação, você é igual a qualquer pessoa!"

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Nascidos em bordéis e renascidos pela arte

Hoje pela manhã na aula de fotojornalismo assisti a um documentário que me impressionou muito e chamou muito a minha atenção sobre o poder de transformação da arte.



Nascidos em Bordéis. Esse é o documentário que se passa em Calcutá e mostra a realidade das crianças do bairro Luz Vermelha, onde elas são obrigadas a conviver desde pequenas com a prostituição, tendo em vista que é esse o "trabalho" de suas mães. Comovidos com esse quadro, os documentaristas Zana Briski e Ross Kauffman levam a essas crianças máquinas fotográficas e lhes dão a oportunidade de fotografarem tudo o que lhes chamar a atenção. E, assim, por meio da "simples" arte de fotografar elas passam a acreditar nos sonhos e vêem que é possível viver outra vida, que não seja a da prostituição.

E é isto que a cultura faz: amplia os horizontes, aumenta a auto-estima e promove a descoberta de talentos que antes eram ocultos. Por isso que eu levanto a bandeira do investimento em cultura, principalmente na periferia, pois a promoção da arte não só pode como já provou que é capaz de transformar.

Confira aqui o trailer.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Da periferia para a mídia


Fico super feliz quando vejo na TV o rap da educação. Toda hora que passa a propaganda, comento com quem está ao meu lado: "eu conheci esses meninos! São do Ceccaes!"

E eu me sinto orgulhosa porque é bom ver como a cultura pode mudar uma realidade. Meninos que provavelmente não teriam a força de vontade para vencer as barreiras que a pobreza impõe, acabam por acreditar nos sonhos por meio do acesso à cultura.

Como alguém um dia disse: é tudo uma questão de oportunidade!

O tempo que passei pesquisando a região de São Pedro foi muito gratificante pra mim, pois me ensinou a ver a periferia de uma outra forma, sob uma nova ótica. A visão que eu tinha antes dessas áreas de risco social era exatamente a que nos mostram a maioria dos filmes brasileiros. Contudo, o envolvimento com a cultura me mostrou que a periferia pode ser muito mais do que diz a produção cinematográfica brasileira.

domingo, 16 de novembro de 2008

Show dos manos pra quem tem BUFUNFA pra pagar

Como diz o Felipe Andreoli, do CQC - "O som do gueto, show dos manos pra quem tem bufunfa pra pagar".

Ontem à noite estava na cama, cochilando, quando vejo a matéria do CQC - Show dos manos para os playboys. Não pude deixar de prestar atenção e refletir sobre aquilo. Achei brilhante a forma como Felipe Andreoli conduziu a reportagem... embora não seja muito fã dos carinhas do CQC e ache um tremendo besteirol, dessa vez, tenho que concordar que eles tocaram a matéria com ironia de forma a fazer a galera refletir. Afinal, pagar 250 reais para ir a um show, não é pra qualquer um. Mas até que cabe uma pergunta: será que kanye west é mesmo o som do gueto? Embora seja hip hop, não sei se poderíamos denominar assim. Fica aí o vídeo para vocês me ajudarem a refletir:

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"Sei lá... tá no sangue!!"

Há alguns instantes estava conversando com um dos fundadores do Bloco Surpresa, que já anima os carnavais da Barra há 24 anos.

A conversa, que inicialmente duraria aproximadamente 30 minutos, durou mais de uma hora, devido a minha e também empolgação do entrevistado (Embora seja comum eu sempre me empolgar!!).

O que eu achei mais interessante nessa mais de uma hora que conversamos foi quando eu perguntei qual a sua motivação para trabalhar com cultura na região da Barra do Jucu, e ele me disse: "bem, sei lá, acho que tá no sangue!" E começou a me contar do seu envolvimento inicial até hoje. O engraçado é que eu observei, não apenas na fala dele, mas também na de outros líderes culturais, que eles querem parar de se envolver com as manifestações culturais - seja por decepção, cansaço ou porque querem oportunizar outras pessoas - no entanto não conseguem.

E além da questão do sangue, como diz o presidente do Bloco, tem o amor pelo trabalho. Uma vez, ao conversar com o Fábio Carvalho sobre o Ceccaes (Centro Cultural Caieiras), uma instituição cultural localizada em São Pedro, da qual ele é o fundador, ele me disse: "Michelli, eu não estudei para estar aqui, não escolhi isso... mas aí você se apaixona e trabalha 24 horas em torno disso. É algo que tá impregnado na gente"

São palavras como essa que me motivam a trabalhar com esse tipo pesquisa...

É muito bom saber que existem pessoas realmente motivadas a trabalhar com cultura, não apenas pelo reconhecimento que talvez esse envolvimento venha proporcionar, mas principalmente, pelo amor à arte!!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tinha que ser uma matéria do Fantástico

Hoje à tarde eu estava conversando com a Marianne, a orientadora do meu projeto de pesquisa, e ela comentou comigo sobre uma reportagem dada pelo Fantástico, ontem à noite. Fomos ver no site o vídeo da matéria e ficamos discutindo sobre a forma "ridícula" com que o fantástico abordou a matéria.

Mari, eu sei que você vai colocar o link do vídeo no seu blog, mas eu, como pesquisadora de cultura na periferia, também não poderia me calar quanto ao recorte dado nessa reportagem.

O título da reportagem é: Pichar paredes é Arte ou Vandalismo?

É claro que o ato de pichação é crime e concordo que é uma forma não das mais adequadas para expressar o protexto. No entanto, há uma grande diferença entre pichação e grafite, que, do jeito que foi mostrado na reportagem, deu a entender que as duas coisas fazem parte do mesmo universo, sendo que não.

Confiram aqui o Vídeo da reportagem.

domingo, 9 de novembro de 2008

O Hip Hop e a auto-estima

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O orkut na periferia

Estou impressionada como sites de relacionamentos como o Orkut tem ampla difusão e utilização também na periferia. Geralmente, pensamos que moradores em regiões de risco social, em que a maioria não possui computador em casa, não utilizam com frequência a internet para se comunicar, tendo em vista que - pressupunha eu - não seria um meio de comunicação eficiente nesses locais. No entanto, ao pesquisar a comunidade da Grande Terra Vermelha pude ver que existem várias, inclusive uma com 662 membros. E ao entrar na comunidade para pesquisar membros participantes do circuito do hip hop encontrei várias pessoas, entrei em contato com elas e obtive resposta em menos de 24 horas de quase todas.

Descobri ainda, no decorrer da minha pesquisa de campo, que não apenas o Orkut, como também os blogs são utilizados por grupos culturais como forma de divulgação e também de comunicação. E a população acessa. Isso é o interessante. Além disso, transcende o âmbito comunitário na medida em que possibilita o acesso e a participação a esses grupos a pessoas como eu, que não pertence àquele meio social.


domingo, 2 de novembro de 2008

Favela Rising...

A experiência que deu certo...

Vale a pena assistir!


sábado, 1 de novembro de 2008

A arte que valoriza

Esta imagem é produto do talento de Toninho Natural, um artista nativo da Barra do Jucu. Ele expressa sua arte nos muros da Barra a fim de promover uma valorização da cultura local e dar mais vida ao bairro.

Os moradores aprovam: "Essa arte valoriza a nossa cultura"

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A hibridização

Hoje à tarde estava apresentando minha pesquisa na 1ª jornada de Iniciação Científica no Foco - Fórum de Comunicação Social - da Ufes e surgiu uma questão interessante, que pude constatar pelos dados que obtive em campo. A questão da hibridização.
As culturas populares, a partir do momento que entram em contato com outras culturas, passam por um processo de transformação, elas se modificam, isto é, mesclam-se. O que para mim não é um fato negativo, muito pelo contrário. A incorporação de outras manifestações culturais não demonstra uma perda de identidade, nem da essência daquela prática, mas sim um enriquecimento.
Numa das regiões que eu pesquiso, a Barra do Jucu, por exemplo, eu pude ver essa hibridização de culturas, a partir do momento que o congo não se manifesta apenas puro e simplesmente, mas também aliado a outros ritmos musicais, como o reggae. O que acaba por promover uma interação entre as tribos musicais, ampliando o sentido de fazer cultura para além dos muros de determinada comunidade.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A cultura aproxima

Veja a seguir a propaganda veiculada na TV pelo movimento AfroReggae. Uma demonstração de como como a cultura transpõe as barreiras sociais.



domingo, 26 de outubro de 2008

Cultura apropriada?

No post anterior surgiu em determinado comentário a expressão "cultura apropriada". O que viria a ser a cultura apropriada? Utilizar esse termo não seria uma forma de preconceito? Temos a impressão de que algumas manifestações de cultura que são desenvolvidas na periferia não podem ser encaradas como tal, assim, absorvemos o concepção de que precisamos levar a cultura para os locais mais marginalizados. Contudo, nao deveríamos pensar diferente e valorizar o que é produzido nesses locais, dando o devido reconhecimento ao que cada grupo desenvolve dentro do seu contexto social?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O prazer na arte

Sempre que vou a campo fico maravilhada com algumas falas de pessoas que se envolvem com movimentos culturais. A maioria delas relata o prazer e o amor pela cultura e o objetivo de desenvolver uma função social, seja para tirar o menino da rua ou para promover maior integração com a comunidade.
E pensando sobre isso, cheguei a uma conclusão: não é a cultura em si que transforma, mas sim a forma como as pessoas se apropriam dela.

domingo, 19 de outubro de 2008

O que é ser profissional na periferia?

A maioria dos oficineiros do Programa Escola Aberta ou pessoas que trabalham com manifestações culturais nas periferias não estudaram para exercer determinada atividade nem tem o diploma como profissional daquela prática. No entanto, consideram-se profissionais. Para a lei, você é profissional a partir do momento que é qualificado com um diploma para determinada atividade. No entanto, essa determinação não se aplica à periferia. Para atuar como professor nas regiões carentes não é fundamental ter um diploma, mas sim competência. E competência significa em qualquer âmbito da sociedade executar com eficiência o que se dispôs a fazer. E, conforme os resultados, não só os próprios oficineiros se consideram profissionais, mas também a comunidade.

sábado, 18 de outubro de 2008

O que é o Estado para a periferia?

Quando comecei minha pesquisa de cultura na região de São Pedro, eu observei que há muitas políticas públicas vindas da administração municipal, no entanto, o Estado se apresenta quase ausente. A secretaria de cultura do Estado não desenvolve quase ou nenhuma ação na região. O mesmo ocorre na região 5, também conhecida como Grande Terra Vermelha. Existem muitos projetos desenvolvidos pela secretaria de Ação Social sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura, no entanto, o Estado é como se ignorasse aquela região. Uma pergunta que não quer calar: o que faz a Secretaria de Cultura do Estado? Para onde são destinadas as verbas? Apenas para promover eventos com a Orquestra Filarmônica ou festivais de teatro?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Uma válvula de escape

A dança na periferia, a capoeira, por exemplo, é extremamente difundida e valorizada pela comunidade. Para os produtores dessa cultura, a dança funciona como uma válvula de escape à discrimação, à violência e ao descaso político.
No mini documentário a seguir, veja como a dança é valorizada pela periferia.

domingo, 12 de outubro de 2008

Um olhar de quem não consegue ver

Em um passeio à página do terra, Jornalirismo, avistei algo muito interessante e ao mesmo tempo revoltante: um artigo de uma jornalista do Folha de S.Paulo, contra o destino de verbas do governo federal para projetos culturais na periferia.
Seria mesmo esse o olhar que a elite tem da cultura na periferia? Um olhar preconceituoso que não enxerga que a cultura remanescente dos movimentos da periferia, como o Hip Hop, tanto podem como mudam a realidade local?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A publicidade que não dá ibope...

Hoje estava conversando com uma funcionária da Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Vila Velha e constatei que a administração municipal desenvolve vários projetos culturais, no entanto, poucos são os que tem conhecimento sobre isso. Até mesmo os próprios funcionários da prefeitura pertencentes a outras secretarias dizem não saber dessas políticas. Porém, se são projetos bons, que promovem resultados de inclusão social e trazem benefícios às comunidades mais carentes, por que não divulgar?
Por que não investir em publicidade para essas políticas?
Seria porque esse tipo de propaganda não dá ibope?
Estão aí questões que quero compartilhar com vocês...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cultura x Violência

Uma das coisas que fica latente sempre que converso com as pessoas envolvidas com movimentos culturais em regiões de periferia é que a a sua principal motivação para o envolvimento com esse tipo de política é: Tirar o menino da rua.
E esse discurso, presente em quase 100% das falas, incomoda-me um pouco. Isso porque, para mim, a principal motivação para desenvolver políticas culturais deveria ser o resgate da cultura local, ampliar o horizonte das crianças, a visão de mundo da comunidade e até mesmo para entrenimento. No entanto, envolver-se com cultura acaba por ser uma medida de concorrência à violência. Embora essa alternativa tenha dado resultados muito bons na medida em que muitas crianças acabam por descobrir talentos que a eles eram antes ocultos, Tirar o menino da rua deveria ser mesmo a principal motivação para produzir cultura?