domingo, 9 de novembro de 2008

O Hip Hop e a auto-estima

5 comentários:

MichelliPossmozer disse...

Muito interessante esse vídeo, pois mostra que a cultura do hip hop pode colaborar não apenas para a valorização dessa arte, mas também para a auto-estima do jovem, o que seria a maior vitória para quem pratica essa cultura.

Anônimo disse...

Acho o Hip Hop incrível...

Mas só o Hip Hop autêntico, legítimo, feito como forma de expressão. Não o Hip Hop industrial, que se apropriou de um aspecto cultural e artístico para fazer dinheiro.

O vídeo é ótimo. O hip hop tem mesmo esse poder de transformação.

MichelliPossmozer disse...

Legal Marcel!
Mas o que seria o hip hop autêntico?
Vc acha que o hip hop, ao ser incorporado pela indústria cultural, perde a sua autenticidade?
Essa massificação faz com que o hip hop perca a sua função social?

Anônimo disse...

Hip Hop autêntico, na minha opinião, possui papel social, honestidade, se posiciona para além do lucro.

A indústria cultural se apropria de tudo o que ganha certa notoriedade e transforma em produto de consumo. A massificação contribui com essa indústria: mais gente ouvindo, mais gente comprando, maior o lucro.

O que me desagrada, no entanto, é a "fabricação" de "ícones", o pseudo-hip-hop. O produto obtido é o mais superficial possível. Ex: pegam um cara "bonito" com uma voz razoável, enchem de ouro, roupas do estilo, mulheres e carros importados, fazem ele cantar uma composição fútil e pegajosa, que gruda na cabeça, depois lançam no mercado e ganham milhões com isso. Esse procedimento é antigo e repepetitivo na indústria fonográfica. Não acrescenta em nada, apenas contribui para aumentar a alienação das massas. Os exemplos estão por aí: a maioria das letras das canções de sucesso no Hip Hop tratam quase sempre das mesmas coisas, do mesmo jeito.

De certa forma, acho que todas as expressões artísticas, não apenas o Hip Hop, perdem um pouco de sua autenticidade ao serem incorporadas à Indústria Cultural e seus procedimentos.

Não creio que o problema seja a massificação em si, mas a forma com que alguns setores da Indústria Cultural a promove. O problema não está em ser popular, em ser massificado, mas em prezar mais pela massificação do que pela autenticidade do que é criado.

MichelliPossmozer disse...

Gostei da sua forma de pensar Marcel, que é similar a minha também e a de muitos autores que discutem sobre cultura.

Canclini, no livro Culturas híbridas fala acerca dessas questões como a possível perda da autenticidade com a apropriação dessas culturas pela indústria cultural. É interessante porém, refletirmos sobre algo: grupos que estão na periferia, pelo menos grande parte deles que eu observei a partir da minha experiência em campo, estão em busca de reconhecimento e valorização. Com isso, querem gravar CDs, fazer shows em outros segmentos que nao seja o comunitário, e com isso, automaticamente, acabam por entrar na indústria cultural.

Como estes grupos poderiam fazer, então, para preservar a sua "identidade"?