Há alguns instantes estava conversando com um dos fundadores do Bloco Surpresa, que já anima os carnavais da Barra há 24 anos.
A conversa, que inicialmente duraria aproximadamente 30 minutos, durou mais de uma hora, devido a minha e também empolgação do entrevistado (Embora seja comum eu sempre me empolgar!!).
O que eu achei mais interessante nessa mais de uma hora que conversamos foi quando eu perguntei qual a sua motivação para trabalhar com cultura na região da Barra do Jucu, e ele me disse: "bem, sei lá, acho que tá no sangue!" E começou a me contar do seu envolvimento inicial até hoje. O engraçado é que eu observei, não apenas na fala dele, mas também na de outros líderes culturais, que eles querem parar de se envolver com as manifestações culturais - seja por decepção, cansaço ou porque querem oportunizar outras pessoas - no entanto não conseguem.
E além da questão do sangue, como diz o presidente do Bloco, tem o amor pelo trabalho. Uma vez, ao conversar com o Fábio Carvalho sobre o Ceccaes (Centro Cultural Caieiras), uma instituição cultural localizada em São Pedro, da qual ele é o fundador, ele me disse: "Michelli, eu não estudei para estar aqui, não escolhi isso... mas aí você se apaixona e trabalha 24 horas em torno disso. É algo que tá impregnado na gente"
São palavras como essa que me motivam a trabalhar com esse tipo pesquisa...
É muito bom saber que existem pessoas realmente motivadas a trabalhar com cultura, não apenas pelo reconhecimento que talvez esse envolvimento venha proporcionar, mas principalmente, pelo amor à arte!!